27/10/13

o silêncio

< o silêncio cresce como os pulmões nas montanhas, o silêncio incha dentro do quarto como o gás em câmaras fechadas, cresce, asfixia-me, já não sei há quanto tempo estou sozinha, deixei de contar, há quanto tempo recebo aerogramas coloridos em vez de receber mãos, olhos, boca, em vez de receber a tua pele (...), em vez de te receber todo, de uma só vez, como dantes todo de uma vez como se quisesses desaparecer em mim, para um sítio onde ninguém te pudesse ir buscar, um esconderijo no meu medo que te escondesse para sempre, nenhuma chave na porta, onde estás, tens comido bem, tens frio à noite, onde estás (...) >

Daqui a nada, Rodrigo Guedes de Carvalho

Sem comentários:

Enviar um comentário