com o tempo, tudo era suposto ficar melhor.
mais leve, mais esclarecido, mais tranquilo e decidido.
com o tempo, não ficava mais fácil, mas ficava menos difícil.
que as dores saravam, os pesos diminuíam, as dúvidas desapareciam, as insónias acabavam.
com o tempo,
as ansiedades tornavam-se forças, os medos seriam alvos a abater e a impaciência virava objectivos a cumprir com mais certeza.
que a fúria, a raiva e a desilusão seriam, com o tempo, aceites e provas de que as pessoas nos magoam e que devemos aceitar que, aquilo que um dia é a razão da nossa felicidade, no outro vira pó.
passou quase um mês e um mês parece uma vida.
há tempo para tudo e todos menos para aquilo que, um dia, foi nosso. agora parece ser só meu.
sem conversa, sem ser óbvio (não é óbvio!, não pode ser!), muito menos maduro e responsável. mas assim?
com o tempo a andar e sem trazer respostas, certezas ou forças.
não é como se eu parasse ou estivesse parada à espera que elas caiam em cima de mim, mas, com o tempo, não era suposto que, com o pensamento, vivências, experiências e distracções, ou até mesmo com medos e ansiedades!, já houvesse uma resposta e uma justificação melhores do que só meia dúzia de frases feitas? que não merece, que sou melhor do que isto, que fiz o melhor e isso devia chegar, já eu sei e está o coração cheio.
mas, como o tempo, até a dor e a desilusão deviam ter resultados mais rápidos e eficazes do que isto.
não estou igual, não sou a mesma, não dói como quando foi novidade nem desilude como já aconteceu antes, mas então, porque é que, com o tempo, não ficou melhor? mais forte e decidido?
se, com o tempo, nada disto resulta nem funciona, dá para experimentar sem ele?
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