10/01/14

paz na guerra

há momentos que as palavras são a minha forma de expressão. outras vezes parece que nem a melhor delas me ajuda.
não me apetece chorar, não estou nervosa ansiosa ou revoltada, mas sinto que há um misto de dor apática com frustração reprimida.
afastei-me das coisas e pessoas que pude, por me diminuírem, fosse em que sentido fosse.  quis-me aproximar de quem ainda não sei ao certo em que estado de sentimento e conforto tem comigo e vice-versa.
incomodam-me a incógnita, a incerteza, a dúvida e a insegurança. acalmavam-me as palavras de antes e já não se se perderam, se foram mentira, se estão apenas tímidas e contidas.
claramente que não me sinto A prioridade. não sei se é injusto, se é um facto.
sei que tenho que seguir o que sinto e ser honesta comigo. sei que me incomoda e, por isso, tenho que me fazer entender onde dói, mas a verdade é que às vezes parece tão óbvio que custa até procurar palavras e expressões para chegar lá, num sítio mais profundo do que a mim me soa.
conheço-o melhor do que pensa, conhece-me pior do que devia.
há coisas que não estou disposta a repetir ou até mesmo conhecer. há limites e estou cansada de me levar ao extremo para encontrar o equilíbrio.
eu sei que paz não é necessariamente o contrário de guerra, mas é do que preciso.
algo não necessariamente tranquilo, muito menos monótono, mas com certeza não caótico, instável e problemático, stressante, duvidoso e constantemente no precipício. constantemente a dançar na ponta de uma faca e a meter água em saco de pano.
há questões básicas que me questiono no meio disto. o que é realmente o amor entre duas pessoas. o que as faz estar juntas depois de um monte de distância e silêncios. o que as faz sarar depois de uma grande facada. já não entro em pânico, mas isso preocupa-me. sinto uma espécie de choro mental do qual não me consigo ver livre. não sei se é suposto ver-me livre dele atrás do choro ou se isso passaria simplesmente com a calma que o amor devia trazer.

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