arrumam-se caixotes mentais,
resumem-se histórias,
apagam-se memórias
e pensam-se em futuros ideais.
organizam-se ideias,
choram-se frustrações,
apanham-se cacos,
fazem-se caras feias
e amarram-se corações.
cortam-se cordas,
incendeiam-se casas
furam-se bóias
e cortam-se os males pelas asas.
dão-se chapadas virtuais
murros psicológicos
pontapés mentais
esfaqueiam-se visões
mas tudo com amor pedagógico.
espera-se que o ano que vem traga mais e melhor
que o que passou, leve tudo
porque se não foi de mal a pior
ou se bateu no fundo
ou que de diferente não foi muito.
em vésperas de fim de ano
preparam-se alegrias
limitam-se ilusões
para que as fantasias
não quebrem mais corações.
29/12/10
15/12/10
conselhos de amigos.
«panela de brigadeiro tem que ser bem lavada, senão gruda que nem ex namorado.»
09/12/10
bombas em tempo de frio.
às vezes temos mesmo que escolher batalhas, senão damos por nós a morrer em guerras que não são nossas.
07/12/10
tão balalão, cabeça de cão, orelhas de gato, (não tem coração).
o que se faz quando se tem cabeça de gato e coração de gata?
05/12/10
sexo-tétris.
o amor e o sexo são como o tétris.
há quem esteja constantemente a formar construções estranhas, cheias de buracos, porque se brinca com peças erradas.
quem tem sempre peças encaixadas nos sítios certos, mesmo que tenha que fazer grandes malabarismos arquitectónicos.
há os que estão sempre a fazer merda com outras peças à espera que venha aquela peça esguia que tapa todos os buracos.
há aqueles que já não acreditam no tétris vencedor à primeira jogada mas é por isso que continuam, todos os dias, a encaixar peças, moldar formas e um dia, olham para trás e, sem se aperceberem, têm uma grande construção.
e depois há quem simplesmente se sente na sanita a jogar enquanto caga, depois desliga e continua noutra altura.
há quem esteja constantemente a formar construções estranhas, cheias de buracos, porque se brinca com peças erradas.
quem tem sempre peças encaixadas nos sítios certos, mesmo que tenha que fazer grandes malabarismos arquitectónicos.
há os que estão sempre a fazer merda com outras peças à espera que venha aquela peça esguia que tapa todos os buracos.
há aqueles que já não acreditam no tétris vencedor à primeira jogada mas é por isso que continuam, todos os dias, a encaixar peças, moldar formas e um dia, olham para trás e, sem se aperceberem, têm uma grande construção.
e depois há quem simplesmente se sente na sanita a jogar enquanto caga, depois desliga e continua noutra altura.
04/12/10
gato escaldado.
não gosto de gato que não suporta determinação feminina, como se fosse ser fechado numa panela de água a ferver.
03/12/10
o gato de miar de chocolate com pimenta.
poucas - raras - pessoas o conheceram.
até o podem achar implacável, insensível ou desinteressante, mas pode ser-lhe chamado timidez e selectividade.
pode até haver quem ache que mudou muito nos últimos anos, que passou de palavras queridas para mostrar as garras. (e deixam marca.)
talvez prefira chamar-lhe protecção.
pode até haver quem ache que é por isso que está sozinho, mas chamar-lhe-ia amor próprio.
chamam-lhe fera, irrequieto ou, até, assanhado. prefiria chamar-lhe independência.
acham que não tem papas na língua, que abusa na pimenta.
ele acha que é só para não lhe pisarem o rabo.
o que eles não sabem é que também gosta de miares baixinhos, que lhe passem a mão no pêlo e que, mesmo não querendo dormir aos pés de ninguém, também quer companhia em noites frias.
até o podem achar implacável, insensível ou desinteressante, mas pode ser-lhe chamado timidez e selectividade.
pode até haver quem ache que mudou muito nos últimos anos, que passou de palavras queridas para mostrar as garras. (e deixam marca.)
talvez prefira chamar-lhe protecção.
pode até haver quem ache que é por isso que está sozinho, mas chamar-lhe-ia amor próprio.
chamam-lhe fera, irrequieto ou, até, assanhado. prefiria chamar-lhe independência.
acham que não tem papas na língua, que abusa na pimenta.
ele acha que é só para não lhe pisarem o rabo.
o que eles não sabem é que também gosta de miares baixinhos, que lhe passem a mão no pêlo e que, mesmo não querendo dormir aos pés de ninguém, também quer companhia em noites frias.
gato e rato.
há jogos que se podem tornar bastante divertidos se brincados com subtileza.
o problema está sempre na dose em que se a tem.
não havendo cuidado, deixa-se de se saber quem apanha ou é apanhado, quem procura e quem se esconde.
e, no fundo, o rato e o gato chateiam-se e vão embora.
o gato já não acha piada de correr atrás quando o rato já não se mexe.
o problema está sempre na dose em que se a tem.
não havendo cuidado, deixa-se de se saber quem apanha ou é apanhado, quem procura e quem se esconde.
e, no fundo, o rato e o gato chateiam-se e vão embora.
o gato já não acha piada de correr atrás quando o rato já não se mexe.
whole lotta love.
Led Zeppelin para mim é como as azeitonas para o meu gato, faço dele o que quiser.
número um.
não tenho muitos números um na minha prateleira.
música, filmes, o meu gato.
as pessoas que me suportam quando não os tenho e com quem partilho o que tenho.
menos o meu gato.
e alguma música pesada.
e alguns filmes antigos.
os meus número um contam-se pelos dedos.
não tenho favoritos, não tenho ídolos e agarro-me a pouco.
desligo de mártires, acompanho pouco fervores e esqueço rapidamente auges forçados.
já tive um único número um, mas ele não sabia fazer as contas e achou que para fazer dois tinha que adicionar mais pessoas.
sou número um, porque não me aceito em metades.
nem quero metade de ninguém.
número um é o que vem a seguir ao zero.
e é no número um que as coisas (re)começam.
música, filmes, o meu gato.
as pessoas que me suportam quando não os tenho e com quem partilho o que tenho.
menos o meu gato.
e alguma música pesada.
e alguns filmes antigos.
os meus número um contam-se pelos dedos.
não tenho favoritos, não tenho ídolos e agarro-me a pouco.
desligo de mártires, acompanho pouco fervores e esqueço rapidamente auges forçados.
já tive um único número um, mas ele não sabia fazer as contas e achou que para fazer dois tinha que adicionar mais pessoas.
sou número um, porque não me aceito em metades.
nem quero metade de ninguém.
número um é o que vem a seguir ao zero.
e é no número um que as coisas (re)começam.
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