a história de faustina, a medrosa

« chorou aos pés deste, arrependeu-se. mas que fazer se o homem foi dotado de memória? os seus silêncios vinham de quem tem o poder: assustavam. pegou numa taça e encheu-a de água. aproximou-se. despejou lentamente a água aos pés dela e disse:
- se conseguires, volta a encher a taça com a água que caiu no chão. »

("histórias falsas", Gonçalo M. Tavares)

« existem duas soluções para tudo na vida: o tempo e o Foda-se. »

ou São Paulo, receber calor de um povo irmão.
ir abastecer onde há quem dance.


ir embora pode mesmo ser a solução.
mas se isto não mudar, eu não descanso.

e se as correntes estão à beira, mesmo à beira de quebrar,
à nossa frente já se vêem as portadas para um mundo a começar.
'bora, vambora, embora!

o chão de sempre, a santa vida.
vê-se o chão ensanguentado e o abutre junta à cova,
mas ninguém dá a jornada por perdida.

a inevitável certeza

para uma distância destas é preciso muito amor, paciência e imaginação para a punheta.