nunca quis que este momento chegasse - por isso o adiei e neguei tantas vezes.
mas, no fundo, tento pensar que é pelo melhor, para não estar pelos cantos a bater com a cabeça nas paredes.
não é o que quis, mas foi o que teve de ser.
não sei lidar com nada disto, mas hei-de aprender e sobreviver pelo caminho. até ao dia em que acordo e aceito que a vida e as pessoas são assim.
não sou - ou não acho, neste momento - uma pessoa optimista, mas se pensar bem até acho que sou bastante sonhadora. puxei-me (e ainda tenho dias que o faço) muitas vezes para baixo e tive ainda mais momentos em que me recusei a sair, por achar que só assim lhe fazia perceber que me magoava e algo não estava bem.
cheguei a um ponto em que sinto que não consigo continuar mais à espera, mas que bastava a mínima demonstração de vontade e eu voltava tudo atrás.
ainda não estou certa de que tomei a melhor decisão - e, em pouco espaço de tempo, já tive momentos em que me arrependi! -, mas sei que vai chegar o momento em que vou ver isto tudo de forma tranquila.
talvez seja melhor assim, ao não ver. ao não ter sequer oportunidade de procurar. afastar-me ao máximo do que já tenho a certeza de que me magoa.
podia ter feito certas coisas de outra forma, sim, mas vou tendo a certeza de que só me ia fazer demorar mais tempo a aceitar os fins das coisas.
tenho que me manter firme e coerente - não posso sentir-me enganada e magoada e continuar a procurar coisas para me dar esperanças. acabei sempre (!) por ficar ainda mais desiludida e em baixo.
e eu sei que é melhor do que eu no que toca a resolver o passado e a esquecer as coisas e as pessoas. não digo que me substitua, mas sei que é bem mais rápido a fazê-lo de outras formas.
não posso continuar a ser ingénua e achar que ainda sou importante ou necessária - já tive provas suficientes de que a minha importância só tem valido em versão palavras, não acções.
não tem que me provar nada. eu é que tenho que provar a mim - que consigo viver isto tudo sozinha ou, pelo menos, sem ele.
sei que supera muito mais facilmente do que eu. sei que tem mais foco do que eu e consegue ser muito mais objectivo.
sei que já tem planos e em que em nenhum deles eu faço parte. por isso, para quê parar para pensar nisso?
para quê continuar a ver e procurar se o que vejo só me puxa para baixo? só me serve de prova de que está melhor sem mim do que comigo? que tem coisas e pessoas mais importantes com que passar o tempo do que eu?
se fui a última a saber das suas decisões e que, além disso, ainda tive que ser eu a tomar algumas pela ausência da sua decisão.
não fico no limbo mais nenhuma vez. a experiência só me provou que acabo por ficar sozinha, de coração partido nas mãos e com uma vida inteira para me refazer da desilusão.
não há nada que me faça acreditar que isto tem volta atrás.
passei a ser só uma memória e que, daqui a pouco tempo, eu vou ser das que só ficam as coisas más e negativas e que lhe dão ainda mais razões para não procurar ou tentar.
no fundo, não quero saber mais do que lhe diz respeito. ainda não cheguei ao ponto da indiferença, muito pelo contrário. cheguei ao ponto de me pôr acima dos meus planos e sonhos com ele. em que, quer seja certo ou não, eu vou fazer o que sinto ser melhor para mim. se me dói, eu afasto. se sabe bem, eu aproximo.
não posso estar constantemente a privar-me dos prazeres da vida só porque alguém, na sua cobardia, me fez sentir que não valho a pena lutar.
as pessoas têm objectivos e formas diferentes de viver as coisas. ok, pronto, tornámo-nos demasiado diferentes e eu não posso culpar-me constantemente dessa diferença. já chega.
o peso não é para estar sobre ninguém e eu também não mereço suportá-lo sozinha.
nem é ele nem sou eu, somos os dois. ou não é nenhum.
vai chegar a um ponto que tenho que engolir em seco e perceber que decidiu só ignorar e seguir em frente.
e que eu vou fazer o mesmo.
right in two
13/05/14
29/04/14
outro dia
(às vezes) a solidão traz ignorância e somente quando há um confronto com a realidade é que se percebe o que, efectivamente, existe.
quando se fala sozinho e se vive na nossa cabeça acaba-se por tirar conclusões de coisas que podem não estar perto do que acontece e é; pode, claro, acontecer que se cheguem a conclusões úteis para a nossa vida, uma vez que se abstrai do mundo cheio de distrações.
talvez não consiga desligar o suficiente para ter essa abstração, mas sei que, com o tempo, tenho confundido isolamento com introspeção.
talvez precise redefinir alguns conceitos; focos, principalmente.
sinto uma explosão de coisas dentro de mim e não sei o que fazer com isso - um misto de energia de mudança e uma confusão de não saber o que fazer com isso ou como a usar.
às vezes não consigo distinguir um coração partido de uma frustração maior. ou se são ambos.
mas acho que dormir ajuda. sim, é isso.
amanhã é outro dia.
quando se fala sozinho e se vive na nossa cabeça acaba-se por tirar conclusões de coisas que podem não estar perto do que acontece e é; pode, claro, acontecer que se cheguem a conclusões úteis para a nossa vida, uma vez que se abstrai do mundo cheio de distrações.
talvez não consiga desligar o suficiente para ter essa abstração, mas sei que, com o tempo, tenho confundido isolamento com introspeção.
talvez precise redefinir alguns conceitos; focos, principalmente.
sinto uma explosão de coisas dentro de mim e não sei o que fazer com isso - um misto de energia de mudança e uma confusão de não saber o que fazer com isso ou como a usar.
às vezes não consigo distinguir um coração partido de uma frustração maior. ou se são ambos.
mas acho que dormir ajuda. sim, é isso.
amanhã é outro dia.
18/04/14
coração novo
quero começar coisas novas.
por favor, coração, deixa-me.
não te quero nem consigo trocar por um novo, por isso, por favor, deixa-me renovar-te.
deixa-me limpar-te e dar-te paz.
não sejas teimoso.
deixa-me tirar de ti o entulho emocional que acumulas há anos.
eu quero - e preciso! - começar algo novo.
está quase, é certo, mas deixa-me renovar-te antes de me voltar a ir embora.
preciso de ti forte e saudável.
preciso de ti comigo, não contra mim.
não me deixes sozinha com a minha cabeça. tu sabes que ela é má comigo, às vezes.
não me deixes comigo mesma. tu sabes que eu não me deixo em paz, às vezes.
quero começar de novo.
(com ele?)
por favor, coração, deixa-me.
não te quero nem consigo trocar por um novo, por isso, por favor, deixa-me renovar-te.
deixa-me limpar-te e dar-te paz.
não sejas teimoso.
deixa-me tirar de ti o entulho emocional que acumulas há anos.
eu quero - e preciso! - começar algo novo.
está quase, é certo, mas deixa-me renovar-te antes de me voltar a ir embora.
preciso de ti forte e saudável.
preciso de ti comigo, não contra mim.
não me deixes sozinha com a minha cabeça. tu sabes que ela é má comigo, às vezes.
não me deixes comigo mesma. tu sabes que eu não me deixo em paz, às vezes.
quero começar de novo.
(com ele?)
planos de bicicleta
tenho planos - pequenos, mas meus.
tenho que os pôr em prática, em vez de meter as mãos na boca na luta de Rói-não-rói.
tenho lutado contra muita coisa ao mesmo tempo e, no fim, o que mais importa é que lutei contra mim própria em vez de lutar por mim.
olho para trás e claro que me arrependo do tempo que perdi nos meus medos, indecisões e esperas. sei que foram dias mal passados, cheios de drama, confusões e más decisões. para quê? para, no fim, estar a escrever isto com o coração semi-apertado por ter desistido de mim enquanto procurava e esperava outra pessoa.
há coisas que são minhas e gosto de as manter comigo, mas às vezes sinto que há coisas que só consigo ser eu ao lado de outra pessoa; pela partilha, por ter alguém que veja quem sou - eu já sou eu o tempo todo, eu já sei e conheço o meu riso e o meu choro, mas gosto sempre de o fazer ao lado de alguém que o valoriza e, até, acha bonito.
que percebe que tenho mais de forte do que fraca, mas que as minhas fraquezas são minhas; a minha ansiedade é desgastante, mas não sei ser de outra forma - é por isso que precisava da calma, da ca(l)ma dele.
mas agora tenho planos e não quero fugir deles; tenho que os manter coerentes, (para) me manter firme.
não posso desistir ou desabar agora.
preciso de mim. não me posso falhar.
(precisei dele, mas ele falhou-me. e agora, o que faço?)
tenho que desligar de um lado para me ligar a outros.
preciso de me soltar e viver a minha vida com calma, com a minha forma de estar. preciso de fechar portas que estão empenadas no meu coração; preciso de abrir janelas e cortinas para deixar o sol entrar - estou há muito tempo no escuro e não quero que haja ninguém que me acorde à bruta.
preciso de me ver livre destas coisas da minha cabeça.
estou confusa, desnorteada.
não tenho medo de ir embora - começo-me a habituar às despedidas.
tenho receio do desconhecido, sim, claro, mas estou tranquila do meu esforço.
só preciso de me focar.
falta pouco para uma nova aventura começar e eu preciso de estar pronta.
ou menos medrosa do que estou.
definitivamente com menos fantasmas. não os quero levar comigo, mesmo que eles vão de qualquer jeito.
sou eu e os meus fantasmas nunca me deixam; nem quando aparece alguém novo, eles só se passam a dar melhor com os demónios do outro.
agora não só se zangaram, como me culpam por isso. não me fazem aceitar que a vida é isto. é assim. não me deixam viver em paz com a falta, o (des)amor, com a (des)ilusão.
mas preciso de fazer planos.
é isso que me mantém em pé, firme, equilibrada.
e cada um pedala a sua bicicleta.
tenho que os pôr em prática, em vez de meter as mãos na boca na luta de Rói-não-rói.
tenho lutado contra muita coisa ao mesmo tempo e, no fim, o que mais importa é que lutei contra mim própria em vez de lutar por mim.
olho para trás e claro que me arrependo do tempo que perdi nos meus medos, indecisões e esperas. sei que foram dias mal passados, cheios de drama, confusões e más decisões. para quê? para, no fim, estar a escrever isto com o coração semi-apertado por ter desistido de mim enquanto procurava e esperava outra pessoa.
há coisas que são minhas e gosto de as manter comigo, mas às vezes sinto que há coisas que só consigo ser eu ao lado de outra pessoa; pela partilha, por ter alguém que veja quem sou - eu já sou eu o tempo todo, eu já sei e conheço o meu riso e o meu choro, mas gosto sempre de o fazer ao lado de alguém que o valoriza e, até, acha bonito.
que percebe que tenho mais de forte do que fraca, mas que as minhas fraquezas são minhas; a minha ansiedade é desgastante, mas não sei ser de outra forma - é por isso que precisava da calma, da ca(l)ma dele.
mas agora tenho planos e não quero fugir deles; tenho que os manter coerentes, (para) me manter firme.
não posso desistir ou desabar agora.
preciso de mim. não me posso falhar.
(precisei dele, mas ele falhou-me. e agora, o que faço?)
tenho que desligar de um lado para me ligar a outros.
preciso de me soltar e viver a minha vida com calma, com a minha forma de estar. preciso de fechar portas que estão empenadas no meu coração; preciso de abrir janelas e cortinas para deixar o sol entrar - estou há muito tempo no escuro e não quero que haja ninguém que me acorde à bruta.
preciso de me ver livre destas coisas da minha cabeça.
estou confusa, desnorteada.
não tenho medo de ir embora - começo-me a habituar às despedidas.
tenho receio do desconhecido, sim, claro, mas estou tranquila do meu esforço.
só preciso de me focar.
falta pouco para uma nova aventura começar e eu preciso de estar pronta.
ou menos medrosa do que estou.
definitivamente com menos fantasmas. não os quero levar comigo, mesmo que eles vão de qualquer jeito.
sou eu e os meus fantasmas nunca me deixam; nem quando aparece alguém novo, eles só se passam a dar melhor com os demónios do outro.
agora não só se zangaram, como me culpam por isso. não me fazem aceitar que a vida é isto. é assim. não me deixam viver em paz com a falta, o (des)amor, com a (des)ilusão.
mas preciso de fazer planos.
é isso que me mantém em pé, firme, equilibrada.
e cada um pedala a sua bicicleta.
16/04/14
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